É, eu não morri. Mas esse ano tem
sido bem complicado e frustrante para mim. Está difícil arrumar um emprego,
está difícil ser mulher e está difícil ser mãe. Independente de dificuldade,
esse foi um ano de desconstrução e de transformação. Eu era uma pessoa
extremamente machista e devido a algumas coisas que tem acontecido na minha
vida e pessoas que tem me agraciado com um conhecimento gigantesco eu entrei
num processo de desconstrução e ao contrário do que muita gente acha, apesar de
ser um ato libertador, você não se torna uma pessoa feliz. O que acontece de
verdade, você vira uma pessoa extremamente crítica, percebe que a maioria das
pessoas a sua volta expõe discursos de ódio disfarçados de opiniões e taxada de
“mimizenta”, feminazi,
chata (ofensas essas que me envergonho
de já ter usado com muita gente). Como estou no processo inicial de
desconstrução, tudo me irrita, comentário, posts, músicas e até desenhos
infantis. Você acha complicado as não perceberem aquilo que para você foi tão
fácil enxergar, o que não foi, e nem é.
Nós somos machistas e
desconstrução é um longo processo.
Não me entenda mal, desconstruir não é uma coisa ruim, é um processo
doloroso porem necessário.
Eu com esse texto chato, longo e repetitivo só queria dizer para as
manas que dizem não ser feminista só peço duas coisas.
- Antes de vir falar que feminista
quer ser superior ao homem, saiba que queremos IGUALDADE. Qualquer coisa
diferente disso não é feminismo e só é usado como manobra para desmoralizar um
movimento que luta em prol de você.
- Não critique, observe. Aquela sua amiga nova que leva toda a carga e responsabilidade por ter engravidado cedo, enquanto o pai nem é citado. Ou a tia que te incentiva a aprender a cozinhar e não a terminar a faculdade, porque mulher que não sabe cozinhar não casa. O fato de você ter que arrumar o quarto ou lavar a louça enquanto seu irmão está coçando o saco assistindo TV.
Eu não sou letrada ou uma conhecedora dos discursos feministas. Mas eu
aprendi o significado da palavra sororidade. Eu confesso que precisei passar por
situações em que o machismo me reduziu a um peito que amamenta, uma mão que
limpa, fui considerada menos inteligente pelo simples fato de ser mulher ou não
poder discutir assuntos como futebol ou anime porque o meu gênero só sabe falar
de unha e cabelo. Então mana, antes de chamar a amiguinha de vagabunda, ou
ficar bolada com a mulher que o TEU namorado da em cima, não vamos julgar
previamente a coleguinha porque isso ajuda a reforçar estereótipos
preconceituosos criados por uma sociedade machista e patriarcal.
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